Quem foi Antônio de Albuquerque?
O Parque Florestal da Campo Grande, leva, desde 02 de outubro de 1963, o nome de Antônio de Albuquerque. Mas poucas pessoas sabem quem foi este homem, grande conhecedor e admirador das plantas.
Nascido em Pernambuco, no dia 19 de março de 1884, Albuquerque era filho de Manuel de Albuquerque, descendente de Holandeses e de Balbina de Albuquerque, descendente de índios. Saiu de sua cidade natal para estudar na Escola Militar de Cantagalo, mas seu espírito aventureiro não deixou que ficasse lá, fugindo do colégio e vindo parar em Mato Grosso.
Por aqui se estabeleceu, casando-se com Júlia Lemes de Albuquerque, tendo dez filhos. Começou sua paixão pelas plantas nesta época, quando já trabalhava na Prefeitura de Campo Grande. De acordo com sua filha, Iracema Albuquerque da Silva, Antônio adorava esta cidade. "Por diversas vezes tentamos levá-lo daqui, mas ele sempre resistia. Era uma história de amor", completa.
Esta história de amor se transformou em muitas ruas arborizadas, em praças remodeladas e no Horto Florestal. Foi visto várias vezes andando pela cidade colhendo frutos de árvore oiti para retirar suas sementes que depois eram transformadas em mudas que novamente eram plantadas para continuar o seu ciclo.
Segundo sua filha Iracema, Antônio de Albuquerque procurou, por diversos anos, um local onde pudesse plantar o que de melhor encontrasse pelo Brasil. Daí nasceu o Horto Florestal, que hoje leva o seu nome. Além deste lugar, Albuquerque formou um imenso jardim de roseiras na Praça Ary Coelho. Arborizou também a Praça da República e plantou palmeiras imperiais na Rua José Antônio Pereira. Esta, talvez, tenha sido sua maior tristeza em Campo Grande: no dia seguinte ao plantio todas as mudas foram roubadas.
Ele fundou, junto com amigos, a Escola 26 de Agosto, onde formou uma horta com os alunos, que por muitas vezes foi responsável pela complementação alimentar dos estudantes. Sua residência, uma chácara na Cândido Mariano, permitia que ele convivesse em perfeita harmonia com pessegueiros, mangueiras, coqueiros e um grande jardim de rosas. "Papai adorava roseiras, sempre procurava uma qualidade diferente, uma cor nova". Nos últimos anos de vida, além de plantas lidava também com abelhas. Tinha umas 70 caixas e a produção era doada a instituições e amigos. "Diziam que o mel era um dos melhores da cidade", relembrou Iracema Albuquerque.
Doente, Antônio de Albuquerque foi levado pelas filhas para São Paulo. Mas, sabendo que seu estado era irreversível preferiu voltar para Campo Grande, onde faleceu em 10 de dezembro de 1962, aos 78 anos.
Fonte: Prefeitura Municipal de Campo Grande | Coordenadoria de Comunicação Social
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